Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[Review] Cavaleiros do Zodíaco – Saint Seiya #3 !
Editora/Ano: JBC, 2012 (Shueisha, 1987)
Preço/ Páginas: R$10,90/ 184 páginas
Gênero: Ação/ Mangá
Roteiro/ Arte: Masami Kurumada
Sinopse: Finalmente a identidade do Cavaleiro de Fênix é revelada. Ele é Ikki, o irmão mais novo de Shun, que treinou para ser um cavaleiro na Ilha da Rainha da Morte, local conhecido por ser o inferno na face da Terra. Agora, Ikki está tomado pelo ódio e quer destruir seu irmão e ex-amigos de orfanato. Com a ajuda de seus subordinados, os Cavaleiros Negros, ele rouba a Armadura de Ouro de Sagitário e foge. Seiya, Hyoga e Shiryu conseguem reaver algumas das partes, mas descobrem que os verdadeiros Cavaleiros Negros são muito mais fortes do que os que eles enfrentaram, e marcam um confronto no Monte Fuji. Enquanto o dia da batalha não chega, Shiryu vai a Jamiel procurar por Mu, a pessoa que diz consertar Armaduras de Bronze. Porém, lá o dragão descobre que precisará tomar uma terrível escolha para conseguir consertá-las.
Essa terceira edição de Cavaleiros do Zodíaco varia entre o mediano e o ruim, tanto em arte quanto roteiro. Mesmo para os fans de toda a mitologia por detrás da série ou do anime (como eu), muitos momentos forçam a boa vontade do leitor, além da arte de Kurumada e as atitudes exageradas dos personagens, neste volume ainda temos problemas de continuidade em algumas cenas. É um verdadeiro teste de fidelidade ao leitor comum continuar à acompanhar a série.
Continuando os eventos da edição anterior, a identidade do Cavaleiro de Fênix é revelada, tratando-se de Ikki, irmão de Shun, um homem repleto de ódio e sede por vingança, que ataca os outros cavaleiros violentamente e, com ajuda de seus Cavaleiros Negros, roubam a armadura de ouro. Hyoga, Seiya, Shun e Shiryu perseguem os ladrões e conseguem recuperar parte da armadura roubada. Enquanto Ikki planeja seu próximo ataque, o Dragão viaja até o palácio de Mu para que sua armadura e a de Seiya sejam consertadas, pois estao bastante danificadas.
Existe alguns problemas de continuidade na cena em que a armadura é roubada e quando começa a perseguição. Não houve planejamento da missão? Como eles sabiam a localidade dos Cavaleiros Negros? E por que Ikki não vestiu a armadura quando pôde? São tantas situações absurdas ocorrendo ao mesmo tempo e, para ajudar, as falas são forçadas e repetem o que acabamos de ver, além dos diálogos intermináveis. As lutas continuam sendo os únicos destaques até agora e, ainda assim, não empolgam tanto.
A arte de Kurumada é alvo de bastante crítica, até mesmo dos fans, pois oscila entre belas ilustrações sombreadas (como na página que mostra uma fênix) e sequências de ação ótimas (como quando Ikki despedaça um cavaleiro) à erros grosseiros de anatomia, expressões tortas, falta de detalhes etc. Infelizmente, os bons momentos não compensam os maus, pois a caracterização dos personagens chegam a incomodar em certos momentos, ainda mais em situações exageradas.
Em breve se inicia o arco das Doze Casas, onde os Cavaleiros de Bronze enfrentam os Cavaleiros de Ouro, representados pelos signos do Zodíaco e espero que a qualidade melhore, pois está difícil engolir alguns capítulos. Lembrando que CDZ possui 28 volumes que englobam as Sagas do Santuário, de Poseidon e Hades e que a JBC irá publica-los na integra, em seu formato original. O trabalho da editora também poderia ter sido melhor, já que é a terceira vez em que CDZ é publicado no Brasil e que agora, supostamente, seria a edição “definitiva”.
Como material “extra” temos o Esquema de Desmontagem e Colocação das Armaduras, mostrando como as urnas de mais cinco cavaleiros se tornam as peças das armaduras; uma tabela indicando, em pontos, o poder/ resistência dos 10 Cavaleiros de Bronze; e um TOP 5 dos Cavaleiros mais populares realizado pela Shonen Jump em 1986. Também há, no início, uma espécie de resumo da história e dos personagens.