Editora/Ano: JBC, 2012 (Shueisha, 1987)
Preço/ Páginas: R$10,90/ 186 páginas
Gênero: Ação/ Mangá
Roteiro/ Arte: Masami Kurumada
Sinopse: As terríveis batalhas entre os Cavaleiros de Athena começaram! Apesar da ausência do Cavaleiro de Fênix, as lutas do torneio prosseguem, com Hyoga de Cisne mostrando todo o seu poder gélido contra o Cavaleiro de Hidra e suas presas venenosas. E terá início o combate mortal entre Seiya de Pégasus e Shiryu de Dragão. Os dois Cavaleiros lutam bravamente, mas Seiya está claramente em desvantagem contra o punho e escudo do Dragão, considerados os mais fortes entre os guerreiros de Athena. Qual dos dois jovens alcançará a vitória?
A JBC continua publicando a edição “definitiva” do clássico Cavaleiros do Zodíaco. Para conhecer melhor a trajetória da série e sua forte influencia no mercado de animes e mangás do Brasil, leia o review da primeira edição. Com 4 capítulos e alguns extras, essa continuação mantém a força da primeira, porém já demonstra os problemas pertinentes à série, em especial os clichês.
Continuando pela Guerra Galática, temos a luta entre Hyoga VS o cavaleiro de Hidra. É nesse primeiro capítulo que mostra o relacionamento entre o cavaleiro de Cisne e sua mãe, que está morta no interior de um navio afundado. Ele consegue sua armadura quebrando uma espécie de montanha de gelo e parte para o campeonato. Todo cheio de si (como a maioria dos outros cavaleiros), sua batalha contra o Hidra é básica e forçada (as armaduras se regeneram?). Nos dois capítulos seguintes temos a luta entre Shiryu e Seiya.
O cavaleiro do Dragão é outro super confiante e alega possuir o punho e o escudo indestrutíveis. Aqui percebemos um dos problemas de Cavaleiros do Zodíaco: os momentos forçados. Todos os cavaleiros pensam que são o máximo e, obviamente, acabam levando a pior, mas, milagrosamente, conseguem se erguer no último instante e terminar a luta. Os diálogos são redundantes e narram o que acabamos de ver. Como disse no primeiro review, CDZ irá agradar àqueles que curtem lutas e histórias no estilo Dragon Ball de ser ou aos fans do anime, pois, pelo menos nesse primeiro momento, a história não convence.
Ao mesmo tempo em que Masami Kurumada consegue criar expectativa em várias cenas e belas lutas, ele destrói a arte. A anatomia dos personagens é toda errada e chega a incomodar em certas partes. Ainda trabalhando no exagero, as pessoas fazem umas caras e bocas terríveis (enquanto os cavaleiros fazem cara de paisagem). Ao contrário da primeira edição, nesta não há páginas de alto contraste, que davam um crédito a mais à arte. Como destaque, os famosos golpes e a sanguinolenta luta do Dragão, o melhor momento da edição.
Ao final, o suspense em torno do cavaleiro de Fênix, visto como inimigo pelos demais e que ainda não deu as caras. Todo mundo deve conhece-lo e, à essa altura do campeonato, não será surpresa pra ninguém, mas deve ter criado expectativa na época. Como curiosidade, reparem em Shun, o cavaleiro de Andrômeda. Sua corrente é capaz de gerar golpes incríveis e, desde o início, está enfadado a carregar a fama que o persegue até hoje 🙂 “Deixa eu segurar o Shiryu pra você.”, sei…
A JBC mantém o mesmo formato, com capa cartão, as folhas brancas e, dessa vez, traz um pequeno extra: o esquema das armaduras de alguns cavaleiros. É interessante, mas bem que podiam ser em páginas coloridas. Por se tratar da terceira vez que CDZ está sendo publicado no Brasil, em pouco mais de 10 anos, espera-se um capricho maior da editora, principalmente no que diz respeito à curiosidades e informações aos novos leitores. Enquanto fan do anime, consigo curtir melhor a história, mas vamos ver até quando…
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.