[Review] Cavaleiros do Zodíaco – Saint Seiya #1 !

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Nome Original: Saint Seiya #1
Editora/Ano: JBC, 2012 (Shueisha, 1986)
Preço/ Páginas: R$10,90/ 184 páginas
Gênero: Ação/ Mangá
Roteiro/ Arte: Masami Kurumada
Sinopse: Desde as épocas mitológicas, um grupo de habilidosos jovens dotados de verdadeira força e coragem surge para proteger a deusa Athena, quando as forças do mal ameaçam a paz na Terra, eles são chamados de Cavaleiros de Athena. Nos tempos atuais, um novo grupo de guerreiros se reúne. Entre eles está Seiya, o Cavaleiro de Pégasus, o cavalo alado. Após conseguir sua Armadura Sagrada no Santuário de Athena, na Grécia, Seiya volta ao Japão para reencontrar sua irmã Seika, como lhe foi prometido por Mitsumasa Kido, o fundador da Fundação GRAAD. Porém, Mitsumasa faleceu, e é sua neta Saori quem o recepciona e lhe faz uma proposta: se ele sagrar-se vencedor da Guerra Galáctica, um torneio entre os Cavaleiros de Bronze disputando a Armadura de Ouro de Sagitário, ela o ajudará a rever sua irmã desaparecida. E assim começa a nova batalha de Seiya…
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Cavaleiros do Zodíaco é uma série que dispensa apresentações. Todo mundo conhece os guerreiros de Athena, em boa parte por conta do anime que a Rede Manchete exibiu em 1994, se tornando um dos hits da década de 1990, com um sucesso enorme. CDZ foi um dos responsáveis por abrir espaço para outros animes chegarem ao Brasil, como Yu Yu Hakusho (1997) e Dragon Ball (1996). Quem passou a infância/ adolescência pela década de 1990 sabe o boom que os desenhos japoneses causou por aqui.
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Mas poucos conhecem o material que originou esses desenhos: o mangá. Como é de costume no Japão, quando uma determinada série em quadrinhos começa a fazer sucesso ela logo ganha uma adaptação para a TV, geralmente em forma de desenhos. Os animes, como são conhecidos, tentam se aproximar do original em papel e, muitas vezes, ajudam a impulsionar as vendas impressas e tornar a série mais conhecida. Isso ocorreu com todas as séries citadas acima. Dependendo do sucesso, o anime ganha vida própria e segue um rumo diferente do mangá, deixando a adaptação de lado e criando uma história própria: os famosos “fillers”. Dragon Ball GT é um exemplo de filler, pois seu roteiro não existe nos mangás.
 
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Mas voltando aos Cavaleiros, eles também foram responsáveis por expandir o mercado nacional de mangás. 2000 foi o ano que marcou os mangás no Brasil, onde iniciou uma verdadeira leva de títulos do gênero nunca antes vista. Tivemos, sim, algumas séries lançadas, mas de forma irregular, sem respeitar o original entre outras coisas. De 2000 em diante as editoras Conrad e JBC investiram no gênero, lançando sucessos como Dragon Ball, Sakura Card Captors, Guerreiras Mágicas, Inu-Yasha, entre outros, de forma padronizada.
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A primeira edição de CDZ foi publicado em novembro de 2000 pela Conrad e num formato “diferenciado”. A versão original possui 28 volumes e por aqui foi concluída em 48 edições, em janeiro de 2004. Menos de um ano após o término, a Conrad começa a republicar o título, no mesmo formato, capas etc, indo até meados de 2006. Ou seja, a série foi publicada duas vezes, praticamente seguidas. Mas os fans brasileiros ainda não tinha a oportunidade de conhecer o trabalho da forma original, com os 28 volumes, pelo menos até agora.
 
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Em janeiro de 2012 a JBC coloca nas bancas CDZ Saint Seiya #1, no formato “tankobon”, respeitando a forma original. Com a promessa de ser mensal, o título vai demorar bastante até chegar ao final. Por ser a terceira vez que Cavaleiros está sendo publicado no Brasil, é esperado que possua, no mínimo, alguma vantagem em relação aos anteriores, além do formato. Não é bem assim.
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Antes de comentar sobre a história e o controverso traço de Masami Kurumada, vamos terminar as “especificações técnicas”. Como dito, o formato adotado pela JBC é o tankobon, geralmente com 200 páginas, capa cartonada e sem nenhum extra, introdução, editorial ou algo do tipo nessa primeira edição. Quando se fala de mangá, não podemos deixar de comentar sobre as páginas do miolo. Elas são sempre as mais criticadas por ora serem amareladas, muito finas, soltarem fácil, a tinta ficar nos dedos e por aí vai. A boa notícia é que CDZ #1 não se encaixa nesse padrão, as folhas são mais brancas que de costume, as páginas não se soltam e nem a tinta desbota. Mas mesmo assim, está longe do formato esperado pelos fans. Fica a expectativa de um volume #2 melhor acabado, pelo menos no que diz respeito a comentários e curiosidades, algo que o diferencie da versão publicada pela Conrad. Pois parte dos leitores já conhecem o material de longa data.
 
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Admito que só conhecia CDZ pelo anime e nunca li o mangá, algo que faz muita diferença, pois é difícil se acostumar com os desenhos de Masami Kurumada (B’t X). Com essa leva de republicações, me interessei pelo título e resolvi dar uma chance. Mesmo com os pesares, gostei bastante. Resumiria o traço e roteiro de CDZ numa única palavra: exagero. Tudo é exagerado, desde as expressões às lutas, chegando a ser cômico. Kurumada possui uma ótima forma de narrar os acontecimentos, criando certo suspense nas viradas de página e conduzindo bem a trama, mas o mesmo não se diz de seus desenhos e diálogos.
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Sua arte é inconsistente, variando do regular na maior parte do tempo, conseguindo ser boa em algumas cenas, e muito ruim em outras. Mesmo sendo em preto e branco, as páginas mais “sombreadas”, com alto contraste, são as “melhores”, principalmente nas panorâmicas. Já em outros momentos, seus personagens estão todos tortos, com a anatomia toda errada.  Voltando ao exagero, as expressões das pessoas chegam a ser engraçadas, parece que todo mundo fala gritando, com a boca escancarada e narram coisas que você acabou de ver, fora os golpes impossíveis, como dar 100 socos por segundo, quebrando a velocidade do som e etc. Os cavaleiros deixam o Flash e o Mercúrio no chinelo, e olha que são os de Bronze.
 
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Na história, Seiya é um pré-adolescente enviado à Grécia para competir pela armadura de Pégasus, numa violenta luta contra Cássios, um típico brutamontes. Ele é um dos 100 garotos enviados pela empresa GRAAD ao redor do mundo para tentar encontrar essas armaduras de Bronze e um dos 10 que conseguiram voltar vitoriosos ao Japão. Se não bastasse tanta luta, a senhorita Saori Kido, neta do falecido fundador da empresa e que deve ter a mesma idade dos meninos, planeja um torneio no qual os 10 sobreviventes terão que lutar até as últimas consequências para ganhar uma armadura de Ouro, a de Sagitário, num espetáculo que será visto mundialmente. Seiya não quer participar, mas ela o chantageia e ele acaba participando. Essa senhorita está bem longe da visão “meiguinha” que muitos possuem dela, sendo bem mimada e “sanguinária”. Aqui começa a Saga Clássica de CDZ, com a batalha dos cavaleiros de bronze. Lembrando que nos 28 volumes da série temos a saga das Doze Casas, de Poseidon e de Hades. O destaque fica para a luta entre Shina e Seya, das participações de Marin; as batalhas entre Seiya e Cássios na Grécia e, no final, sua primeira luta no torneio, contra Geki, o Cavaleiro de Urso.
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CDZ – Saint Seiya é um título que agradará aqueles que gostam do anime ou de outras séries do gênero, repleto de lutas extravagantes, situações forçadas e momentos que parecem uma eternidade, como DBZ :). Eu me encaixo nessa categoria, mas quem não gosta, prefere algo mais realista e “cabeça”, passe longe.

nota 7,0 i

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