Editora/Ano: JBC, 2008 (Kodansha, 2005)
Preço/ Páginas: R$6,90 / Cerca de 100 páginas cada
Gênero: Fantasia/ Comédia
Roteiro / Arte: CLAMP
Sinopse: Watanuki tem uns sonhos meio estranhos no qual ele não enxerga de um olho, e conclui que o responsável por isso é o Mokona, que está sentado na frente de um de seus olhos. Uma estranha, e muito nervosa, moça aparece na loja de Yuko trazendo uma fotografia e diz que pagará qualquer valor para que a bruxa resolva seu problema de uma vez por todas. O que de estranho haverá nessa foto? O problema com a fotografia parece longe de ser resolvido… Ainda muito nervosa, a cliente de Yuko recebe a notícia de que mesmo o mais forte lacre da bruxa das dimensões parece totalmente ineficiente. Estará ela mesmo disposta a pagar o preço para que seu desejo seja atendido? Como se não bastasse toda essa confusão, Watanuki ainda continua a ver coisas duplas. Qual será a origem desta confusão?
xxxHolic é uma das minhas séries prediletas e consegue manter a qualidade de suas histórias, mesmo sendo medianas neste volume 7, composto pelas edições #13 e #14 nacionais, não ocorrendo nada de surpreendente, mas é simpática e uma leitura agradável, como sempre.
O destaque do volume é a perda do olho direito do Watanuki, que terá maior importância mais pra frente, além do mistério em torno de Himawari, já que Yuko sempre comenta da duvidosa sorte que a menina traz à Watanuki, mesmo sendo ele apaixonado por ela. Há um caso interessante para Yuko tratar e uma sequencia muito boa ao final.
A edição #13 começa com o “caso aranha”. Sem querer, Watanuki esbarra numa teia de aranha no quintal do templo onde Doumeki mora e, para ajuda-lo, ele retira toda a teia envolta do braço dele com um pedaço de madeira. Algo cotidiano, se não fosse o “rancor” guardado pelo animal que morava naquela teia, agora destruída. Como Yuko comenta, algo que possa parecer insignificante para uns é uma perca inimaginável para outros. Neste caso, a vítima foi a aranha. O tema “rancor” é algo bastante comum na mitologia japonesa, vastamente utilizados em filmes de terror, como O Grito (Ju-On, no original).
O rancor da aranha é tão forte que fecha o olho direito do Doumeki, impossibilitando-o de abrir. Sabendo disto (e se sentindo culpado), Watanuki pede à Yuko que ajude o amigo, mas o único jeito de tirar tal rancor é fazendo com que a atenção da aranha seja voltada à outra pessoa, ao estilo “olho por olho”. Nisso, o olho direito do Watanuki é roubado, um fato bastante importante para a mitologia da série. A bondade de Watanuki é algo que ele precisa combater, como é dito pela Yuko, pois quase sempre o atrapalha. Doumeki se sente incomodado por ter melhorado, mas em detrimento de outro, e resolve se distanciar do colega.
O olho perdido e as dúvidas em torno da influência de Himawari em Watanuki são os principais pontos do volume, sendo o restante uma leitura agradável, mas sem muito à adicionar. O CLAMP não é de desperdiçar personagens, e se concentrar num núcleo razoavelmente pequeno (basicamente Watanuki, Doumeki, Himawari e Yuko, além de Maru, Moro e Mokona) faz com que cada um tenha importância na trama, então é quase certeza que Himawari é mais que um rostinho meigo.
O “caso” a ser resolvido neste volume é o de uma mulher que quer se livrar de uma estranha foto. Yuko recebe a imagem e a coloca numa moldura especial que funcionará como lacre. Mas o estranho é que a mulher na foto começa a se mover e a moldura a derreter. A resolução do mistério é bastante interessante e Yuko, mais uma vez, comenta sobre o quão pesada uma vida pode ser. Ao final, a melhor sequência do volume: o “bicho do livro”, um ser que engole palavras de livro. Nesta parte dá pra ter algumas sacadas quanto à Himawari e o que aconteceu com o olho roubado de Watanuki.
O acabamento e preço continuam o mesmo, apesar das folhas estarem levemente mais brancas e as ótimas notas de tradução da JBC são mantidas. Sem muita exuberância, continua sendo uma leitura bastante amigável para fans de xxxHolic.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.