Nome Original: Deadman: Love After Death #1 e #2
Editora/Ano: Abril, 1990 (DC, 1989)
Preço/ Páginas: Cr$ 170,00/ 52 páginas cada
Gênero: Ação/ Suspense
Roteiro: Mike Baron
Arte: Kelley Jones
Sinopse: Boston Brand, o Desafiador, viaja até um circo abandonado e acaba encontrando o fantasma de uma bela trapezista e logo os dois se apaixonam, porém as outras atrações do circo, como a Mulher-Baléia e o Esqueleto-Humano, não facilitarão esse relacionamento. Será que Brand poderá ter seu tão esperado descanso eterno?
Editora/Ano: Abril, 1990 (DC, 1989)
Preço/ Páginas: Cr$ 170,00/ 52 páginas cada
Gênero: Ação/ Suspense
Roteiro: Mike Baron
Arte: Kelley Jones
Sinopse: Boston Brand, o Desafiador, viaja até um circo abandonado e acaba encontrando o fantasma de uma bela trapezista e logo os dois se apaixonam, porém as outras atrações do circo, como a Mulher-Baléia e o Esqueleto-Humano, não facilitarão esse relacionamento. Será que Brand poderá ter seu tão esperado descanso eterno?
Deadman – Amor Após a Morte é protagonizado por um herói obscuro da DC, o Desafiador. Apesar de hoje em dia ele ser mais popular, na época em que estreou por aqui a Abril sequer traduziu seu nome e manteve o original Deadman (apesar de já utilizar o nome Desafiador em edições anteriores). Essa mini-série em duas partes conta uma aventura romântica (e mórbida) entre o “homem-morto” e uma fantasma num circo de horrores, no melhor estilo Vertigo de ser.
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O Desafiador é o espírito do trapezista Boston Brand, morto por um misterioso assassino. Ao morrer, a deusa Rama Kushna entra em contato com Brand e o torna um fantasma, vagando pela terra e possuindo corpos. Na forma astral ele é intangível, invisível e pode possuir corpos. Para descansar em paz, ele precisa descobrir seu assassino. É um personagem sombrio, melancólico, que sempre sonha em desfrutar das sensações de estar vivo. Apesar de ter sido criado em 1967, ele só começou a ganhar destaque nas décadas de 1980 e 1990, com algumas mini-séries.
Então chegamos à esta obra, de 1989, escrita por Mike Baron (Nexus, Justiceiro) e com a estranha, mas interessante, caracterização e arte de Kelley Jones (Batman: Tempestade de Sangue e Bruma Escarlate). Digo estranha, pois o personagem é totalmente distinto do comum, sendo alto, magro, se contorce e é cheio de caras e bocas. No entanto, após ler, não vejo desenhos melhores para representá-lo, pelo menos neste especial. As cores são do excelente Les Dorscheid, que já trabalhou com Jones nos títulos citados e com Baron em Nexus, além de outras HQs especiais, como do Alien.
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Na história, o Desafiador lê um artigo sobre lugares mal-assombrados e acaba conhecendo o Circo Colby, num lugar bem distante, que dizem estar abandonado e cheio de fantasmas. Como leva uma vida solitária e triste, resolve ir até lá e tentar encontrar alguém como ele. Por sorte, encontra a bela Ann, que também é um fantasma e trapezista do circo, assim como Boston. No entanto, ela consegue mover e tocar em objetos, algo que ele não consegue e logo os dois se apaixonam, porém o circo está lotado de mistérios, a começar pela própria Ann, que está aprisionada ao local graças à seu marido, Colby.
Anos atrás, Colby enlouqueceu e matou a todos no circo, inclusive sua esposa e, desde então, o Circo dos Horrores ruiu e se tornou a eterna casa dos fantasmas das pessoas que estavam no dia, entre eles as atrações Mulher-Baleia e Cara-de-Bode. O único meio de libertar o circo e a alma dessas pessoas é enfrentando a entidade Brazia, responsável por aprisiona-los na Terra, assim como a deusa Rama Kushna fez com Boston. Este também seria o meio de salvar Ann, porém Colby e as outras aberrações não facilitarão as coisas.
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Apesar de ser herói do Universo DC, Deadman – Amor Após a Morte segue estilo Vertigo, com cenas macabras, nudez e um ar mais sombrio, além de palavrões. O álbum só não ganha esse selo, pois a Vertigo (como a conhecemos hoje) só viria a estrear em 1993.
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Mesmo sendo um pouco atropelada em algumas cenas e, principalmente, nas seqüências finais, a história de Deadman é o ponto alto da HQ. O roteirista soube utilizar bem o tema circense, explorando personagens bizarros e o além-mundo. A ausências de outras figuras e quase toda a narrativa se passar nos arredores do Circo também ajuda a dar um clima de suspense, além de lembrar aqueles filmes de terror dos anos 80. Há uma bela reviravolta no final e os destaques ficam para as incríveis cenas da Mulher-Baleia “comendo” e da Mulher-Serpente se transformando no animal que lhe empresta o nome. São as mais impressionantes do álbum e, definitivamente, aparecerão em breve aqui no blog, comentadas!
Acredito que a história de Deadman acaba agradando a todos, mas na parte artística, gera controvérsias. Há aqueles que irão adorar e aqueles que irão odiar. É só reparar nas páginas e perceber que Kelley Jones deu uma caracterização totalmente esquisita ao personagem, podendo agradar ou não os leitores.
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No início foi estranho se acostumar, tenho que confessar, mas ao terminar de ler percebi que a arte foi um dos fatores essenciais para a narrativa fluir bem. Enquanto o Desafiador é retratado de forma estranha, parecendo uma cobra, todo se retorcendo e flutuando como se estivesse nadando, os demais personagens foram muito bem desenhados, com destaque para as atrações do circo.
Apesar de prejudicadas pela impressão e o método de colorização da época, as cores de Les Dorscheid são excelentes e é o grande destaque da arte, abusando de sombras e métodos alternativos de preenchimento.
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Deadman – Amor Após a Morte é uma HQ super recomendada para aqueles que curtem histórias de terror e suspense à moda antiga, trazendo grandes momentos e nos mostrando uma outra face do Desafiador. Infelizmente, existem alguns pontos baixos, mas nada gritante. O acabamento da Abril, apesar de simples, é competente. Foram duas edições em formato americano, capa mole, miolo com folhas lisas e uma espécie de resumo na contra-capa. Só falhou em não traduzir o nome do personagem e na falta de algum extra.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.