Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[Review] Taxi !
Nome Original: Taxi
Editora/Ano: Independente, 2010
Preço/ Páginas: R$10,00/ 32 páginas
Gênero: Comédia
Roteiro/ Arte: Gustavo Duarte
Sinopse: Um músico de jazz sai para um concerto, mas esquece sua case no bar onde estava. Para voltar ao local, pega um táxi que é dirigido por um… elefante! E a confusão está apenas começando!
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Taxi é um quadrinho independente do cartunista Gustavo Duarte, lançado em 2010. O autor cria charges à 10 anos para o jornal O Lance! e “começou” nas HQs em 2009, lançando Có! e, agora em 2011, já lançou Birds, seu terceiro álbum. Além dos títulos compostos por uma única palavra, seus quadrinhos não utilizam diálogos e tentam expressar situações engraçadas usando apenas desenhos, sendo assim, acessível à todos, já que não é necessário conhecimento prévio de nenhuma língua. Duarte soube usar isso muito bem, vendendo seus quadrinhos em eventos internacionais.
Taxi narra a história de um músico que acaba esquecendo sua maleta num restaurante e pega um taxi para voltar e pega-la, já que possui uma apresentação em breve. Para sua surpresa, o taxista é um elefante. Mas isso é o mínimo, comparado aos acontecimentos que se seguem. Os desenhos são todos bem fluidos e expressam bem as situações. O criador consegue belos lances e “enquadramentos”, detalhe para a cena da baleia, que ocupa duas páginas e está localizada bem no meio do livro, muito bem sacada.
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Apesar das qualidades, é preciso ler Taxi sem muitas pretensões, pois a leitura é rápida e, num primeiro momento, parece simplista demais. Mas observando melhor, é possível encontrar diversas referências, detalhes da arte, homenagens e as boas sacadas do autor. Desde o formato da HQ, que é quadrado e simula um disco, ou LP, ao restaurante onde esquece sua maleta, uma homenagem ao bar que frequenta e onde lançou suas HQs. Sua paixão pelo Santos pode ser visto nos diversos peixes que aparecem. O acabamento gráfico é competente, com capa cartonada, folhas grossas e boa impressão.
É possível comprar a HQ pelo site de Gustavo Duarte, em comic shops como a Comix e em eventos do gênero. É importante ressaltar que tanto Có! quanto Taxi são quadrinhos independentes e que conseguiram espaço entre o público de HQs, que já é bem concorrido, apesar da qualidade duvidosa de muitos títulos do mainstream quadrinistico, dominado por grandes editoras como a Marvel e DC. Prova que o mercado brasileiro possui muito a oferecer. Com Có!, o autor foi consagrado com dois troféus HQMix, o Eisner brasileiro. Vale muito a pena dar uma conferida.
Até !