Alice No País das Maravilhas é uma das obras literárias mais famosas de todos os tempos e uma das que mais trazem mensagens subliminares, sendo uma das melhores no gênero nonsense. As tantas áreas da psicologia já extraíram tanta coisa do título que nem dá pra enumerar.
Alice foi criada em 1865 pelo inglês Lewis Carrol e conta a história de uma menina que segue um coelho branco até sua toca e acaba caindo nela, indo parar no País das Maravilhas. A partir daí, Alice encontra as mais diversas (e estranhas) criaturas e pessoas, que a auxiliam em encontrar o caminho de volta pra casa. A história é conhecida e provavelmente você já deve conhecer o final. Dentre as coisas inusitadas do país das Maravilhas estão um gato que ri, uma lagarta fumante, um chapeleiro louco, uma rainha que gosta de decapitar as pessoas, um cogumelo que pode lhe fazer crescer e/ou diminuir de tamanho, um exército de cartas de baralho, um bebê porco…….. Nonsense é a característica mais memorável de Alice. Mas para quem pensa que nada faz sentido está muito enganado, o título é recheado de simbologia, parodias e referências a conhecidos de Carrol, além de trazer diversos enigmas utilizando a lógica e a matemática para serem resolvidos.
Com quase 150 anos de vida, Alice influencia autores e obras até hoje, sendo adaptada para os mais diversos meios, das mais diversas formas, como em desenhos, filmes, livros, jogos, quadros etc. E os quadrinhos não podiam ficar de fora. Dentre as obras adaptadas ou “levemente” inspiradas em Alice, a versão em mangá, lançada aqui pela NewPop, é uma das minhas preferidas, sendo um dos mangás mais legais que já li, pois é descomprometido e divertido. Nele, Alice é a mesma menininha curiosa de sempre, entrando em contado com as personagens que tanto conhecemos, inclusive aquelas mais obscuras, pouco adaptadas do livro, como o Grifo e a Tartaruga ou a Duquesa e o Bebê. Recomendo a leitura e em breve pretendo escrever a resenha. Interessante que, nessa adaptação, Alice possui um visual diferente em cada capitulo, além de que o mangá é totalmente em cores, aumentando ainda mais a viagem visual.
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Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.