[Review] E.S.P.A.D.A.: Nova Frente Espacial de Krakoa!

Arcos Principais: Sem título.
Publicação Original: SWORD #1-5 (Marvel, 2021)
Roteiro: Al Ewing.
Arte: Valerio Schiti.

Fazendo parte dos eventos pós X de Espadas, tivemos o lançamento da revista da E.S.P.A.D.A. (S.W.O.R.D. no original), a Equipe de Supervisão, Pesquisa, Avaliação e Defesa Alienígena, geralmente associada aos eventos espaciais e intergalácticos. Com roteiro do Al Ewing e desenhos de Valerio Schiti, o primeiro arco nos apresenta novos mutantes, um sistema de defesa espacial interessante e sofisticado patrocinado por Krakoa e um começo bastante precursor. Porém… se perde em meio às velhas situações, confusão e clichês dos quadrinhos de herói. Review especial com spoilers.

NOVA FRENTE ESPACIAL DE KRAKOA

Antes de mais nada, queria comentar sobre o autor Al Ewing, conhecido por suas tramas espaciais em algumas séries da Marvel, como o último volume dos Guardiões da Galáxia (2020) e da série dos Supremos – Omniverso (2016) que, inclusive, gostei muito na época. Ele possui um jeito todo característico de desenvolver a trama e, sendo assim, divide opiniões. Tem quem ame, tem quem odeie. E aqui na série da E.S.P.A.D.A., particularmente, senti que gostei menos do que eu imaginei.

O início do arco mostra a nova base da E.S.P.A.D.A.: a Zênite. Situada na órbita da Terra e comandada pela Abigail Brand, sendo uma ponta de Krakoa com fins de lidar com questões alienígenas. Magneto faz uma visita à estrutura e, a partir desse encontro, vamos conhecendo os pontos focais da nova E.S.P.A.D.A.. Destaque para os Seis, um grupo destinado à exploração do espaço, funcionando semelhante aos Cinco de Krakoa, com cada um tendo sua função específica. Entre os membros, temos novos e velhos conhecidos, como a Frenesi, Armadura e Fabian Cortez. Outro destaque é o discurso da Abigail, reforçando a ideia de que eles trabalham em prol do universo e não para uma nação terráquea, apesar da ligação com Krakoa. Tudo isso, junto de uma sacada muito boa sobre a tecnologia mutante (que vai desde o arremesso do Wolverine/ Colossus aos Cinco), torna esse início do arco bastante promissor. E o próprio roteiro lembra muito a série dos Supremos: Omniverso.

Mas a partir da segunda edição, o caldo entorna graças ao evento Rei de Preto da Marvel, que acabou afetando diversas séries. Contextualizando: uma antiga divindade cobre a Terra com um material simbionte (como do Venon), liberando dragões e outras criaturas para aterrorizar, dominar o mundo e tudo aquilo que já estamos cansados de ver. E a série da E.S.P.A.D.A. acaba cruzando este momento, com Abigail enviando um esquadrão pra Krakoa a fim de impedir alguns desses ataques. E o ponto crítico é, claro, aquele de costume em todo momento de mega-eventos: o leitor fica perdido. Quem acompanha somente as HQs dos mutantes estará por fora do Rei de Preto e não vai pegar as referências. E essa necessidade de juntar as histórias já é um problema (e uma discussão) antiga e que nem vale a pena estender.

Então o que começa promissor, abordando tecnologia mutante, novos e velhos personagens, se torna uma confusão. A gente consegue perceber os pontos onde o roteiro do Ewing brilha, onde ele tem maestria em desenvolver, que é o lance espacial: a missão inicial dos Seis, mostrando como o poder de cada um trabalha dentro de um conjunto; ou quando o Dobra faz toda uma viagem entre as dimensões (ou algo assim, seu poder é meio abstrato…), conectando a história de várias personagens. Ok, há alguns pontos bem exagerados, como quando surge um Transformers do nada! Mas no geral, são pontos positivos do arco.

No mais, há MUITA coisa rolando ao mesmo tempo, a trama envolvendo o Rei de Preto não convence e fica a sensação de que boa parte do que estamos vendo parece (e geralmente é) desnecessária. E mesmo com o fim dessa trama simbionte, o arco já está perdido e só piora. O Fabian foi uma das baixas durante a guerra, sendo ressuscitado na edição #5, indo diretamente pro Conselho ser julgado. Literalmente: direto do casulo pro julgamento, sem roupa, sem nada. Beira o ridículo. Tanto que nem lembrava direito pelo quê ele estava sendo julgado. E nem o pessoal do Conselho, todos com cara de paisagem, fazendo uma tempestade em copo d’água (desculpa o trocadilho, Ororo!).

Enfim, um arco que começou bem e da segunda edição em diante foi indo ladeira abaixo. Destaque para alguns novos personagens, como o Dobra e a própria Abigail. A Frenesi também rouba a cena, matando o jovem Cable quando necessário e mostrando que há algo maior acontecendo. Destaque também para os desenhos de Valerio Schiti e as cores de Marte Gracia, principalmente nas cenas psicodélicas. No mais, uma trama com muita parafernália que acaba cruzando com outras sagas. E olha que nem falei da Guerra Snark, envolvendo alguns lagartos humanoides, que também está entre as preocupações da Abigail e é mais um trama entre as muitas já acontecendo.

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