Encontre-se: dicas de meditação, yoga, sonhos e outros assuntos relacionados à Central dos Sonhos para auxiliar no seu #EspaçoDeMeditação. Postado primeiro lá no Instagram, siga a página!
*
O tema de hoje é dharma, um assunto bastante abrangente e que se desdobra em várias interpretações. A Bhagavad Gita, um dos livros base do Yoga, narra o diálogo entre o Senhor Krishna e o guerreiro Arjuna, que se encontra em meio ao campo de batalha, em dúvida se entra ou não em guerra, já que o exército inimigo possui amigos e parentes. Entre os conselhos de Krishna está o de que não se pode fugir do nosso “dharma“, que é preciso fazer o que precisa ser feito e assumir as responsabilidades.
O DHARMA NO DIA A DIA
A guerra, nesse contexto, é tanto a literal quanto a metafórica. Muitos também consideram o dharma como o nosso propósito de vida, mas vai um pouco mais além. É praticar tudo aquilo que está na Verdade do Universo e que nos aproximará do divino ou o todo. E essa é uma das dificuldades do dia a dia: geralmente nós sabemos o que faz bem ou não pra gente mesmo e para o próximo, mas insistimos em velhos erros, vícios e ignorância, acumulando karma. É um exercício constante permanecer no nosso dharma.
As fotos de fundo foram tiradas em 2016, enquanto eu fazia um curso e tentava me localizar nesse mundão. Continuo nessa busca, acredito que muitos que trabalham com arte sentem essa mesma sensação de não pertencimento nessa sociedade cada vez mais desumana.
TRANSCRIÇÃO DOS QUADROS (IMAGENS)
A palavra Dharma vem do sânscrito e significa “aquilo que sustenta, que mantém”, tendo um amplo significado na cultura do yoga, funcionando como uma espécie de bússola que aponta para a Verdade. Praticar o dharma não é apenas seguir um propósito ou vocação, mas estar em harmonia e na ordem do Universo.
Na Bhagavad Gita, Krishna diz a Arjuna a importância de praticar seu próprio dharma, mesmo que imperfeitamente, do que praticar perfeitamente o dharma de outro. Ou seja, é fazer o que é certo e o que precisa ser feito. E em muitas situações, desde a alimentação aos vícios, sabemos o que é certo ou errado, mas temos dificuldade em se manter no correto, no que fará bem ao corpo e à mente.
Praticar o dharma diariamente é estar atento ao percurso da vida e tentar ficar na Verdade, ser fiel a si mesmo e aos seus valores, não ser corrompido. O conceito de dharma também se assemelha ao conceito da Lei Tríplice ou do “não faça ao próximo o que não faria a si mesmo”, é se manter correto em seu propósito.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.