O Coletivo Confrontos foi um projeto criado em 2015 para confrontar artistas que estavam dispostos a sair da zona de conforto e criar um trabalho em cima de temas que nem sempre lhe são familiares. Inicialmente composto por um grupo de amigos que tinham acabado de finalizar a faculdade de Artes Visuais, durante todo o ano de 2015 participaram cerca de 20 artistas de diferentes localidades e estilos abordando diversos temas, de autorretrato ao cinema.
Em 2020, cinco anos após o primeiro desafio, o Coletivo Confrontos renasceu e encontrou no Instagram uma plataforma para expor o trabalho de artistas de diferentes visões, funcionando como um panorama para a ilustração, fotografia e performance contemporâneas. Um pequeno recorte, porém bastante expressivo, de artistas brasileiros: somando cinco desafios feitos este ano (Autorretrato, Religião, Carnaval, Nostalgia e Isolamento), cerca de 30 artistas já deixaram sua contribuição.
O confronto realizado em abril apresentou o tema Isolamento, tendo em vista a necessidade do isolamento social e da quarentena para prevenir o aumento do contágio da COVID-19. E lidar com o isolamento desencadeia situações como a solidão, o distanciamento de amigos e familiares, perda da rotina ou até mesmo do emprego. Um assunto amplo que já faz parte do dia a dia de muitos artistas, além de ter sido retratado extensamente na História da Arte, principalmente no Modernismo. Tendo como exemplos e pontos de partida trabalhos de mestres como Edward Hopper, que retratou como ninguém o tédio e solidão, o confinamento dos quartos de Van Gogh e a sensação de sufocamento e liberdade das obras de Frida Kahlo, os 13 artistas participantes demonstraram uma diversidade tanto de técnica quanto de abordagens, gerando esse pequeno conjunto de retratos do isolamento social.
É importante comentar o impacto da pandemia sobre a classe artística, que majoritariamente depende do público, do contato humano, da troca de conhecimentos e que há muito tempo vem sendo arrastada para o limbo e sofrendo preconceito, boicote e censura. Tenho um enorme prazer em poder fazer parte do Coletivo e, apesar de não falar em nome de todos, posso dizer que poder imprimir todo esse sentimento em nossa arte é um ato de resistência e ao mesmo tempo um ataque à pressão econômica e negação da vida que percorre o país; é nos mostrarmos ativos, produtivos e também essenciais, seja como necessidade pessoal seja como mensagem de alerta ou apoio.
Abaixo estão o trabalho dos 13 artistas participantes, com o comentário do autor (caso possua), contextualizando e registrando suas ideias, sentimentos e preocupações em meio ao isolamento social gerado pela pandemia da COVID-19.
O Coletivo Confrontos realiza desafios mensais utilizando o Instagram como plataforma de divulgação. A participação é livre e busca a interação entre os artistas, exposição de ideias e uma saída da zona de conforto a partir de assuntos diversos.
Genial, Fil, uma exposição virtual, com guia explicativo. Amei.
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Que bonito, Fil!
Muito significativo!
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Amo participar desses desafios! Parabéns pelo texto. Obrigada por difundir essas ideias. Beijos!
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